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Vender em dólar não é exclusividade de multinacionais. A internacionalização de empresas é uma estratégia acessível para negócios de todos os portes – desde a venda em e-commerce até a presença física com sede em outros países.
De acordo com um estudo da Fundação Dom Cabral sobre internacionalização, os Estados Unidos são o destino preferido da maioria das empresas brasileiras que querem expandir as fronteiras.
O país lidera o ranking em exportação, subsidiárias comerciais, parcerias estratégicas, licenciamento de produtos, presença virtual e acesso ao mercado de capitais. Só perde para franquias, onde o Paraguai é o preferido dos brasileiros – mas os Estados Unidos ficam em segundo lugar.
Guilherme Vieira, consultor internacional de negócios nos EUA, divide as principais formas de internacionalização em dois grandes grupos: a internacionalização comercial, que inclui exportação direta ou indireta; e a internacionalização produtiva e estrutural, que inclui licenciamento, franchising internacional, joint venture e investimento direto estrangeiro. Cada modelo tem uma estrutura específica e é indicado para um tipo de estratégia de expansão.
Segundo Vieira, empresas brasileiras, inclusive as pequenas e médias, já podem acessar esses modelos com menos barreiras do que havia há 10 anos, especialmente por meio dos canais digitais.
“Com menos de US$ 5 mil já é possível montar uma estrutura funcional nos EUA. E com planejamento certo, isso se paga em poucos meses”, diz.
Para ele, expandir os negócios para fora do Brasil não é mais um luxo reservado às grandes multinacionais. “É uma estratégia de sobrevivência e crescimento inteligente diante da alta carga tributária, instabilidade política e limitação de escala do mercado interno”, diz.
A internacionalização, de uma forma geral, funciona como um “catalisador” da expansão do negócio, trazendo visibilidade de marca, explica Lucas Ramos, gerente sênior especialista em Estratégia, Fusões e Aquisições da Peers Consulting + Technology.
No entanto, a estratégia exige cuidados para quem deseja realmente partir para esse processo. Ele destaca três pontos importantes para que a estratégia traga resultados:
O ponto principal é ter um estudo bem claro sobre o mercado para saber quais países têm uma ligação interessante com a oferta de valor e qual é a dinâmica competitiva, os concorrentes, onde eles estão posicionados. “Tem que entender quais são essas barreiras de entrada, quais os riscos com essa internacionalização e com o produto. É preciso uma visão muito clara”, sugere Ramos.
Outro ponto de atenção é a regulamentação e tributação e o detalhamento do plano de negócio e riscos financeiros.
“Estar alinhado tanto com o processo de fazer exportação, quanto com a parte regulatória é fundamental para o sucesso da internacionalização”, afirma Ramos.
Em meio aos planos de internacionalização, é preciso calcular os custos da operação. Especialmente para quem decide internacionalizar por meio de uma empresa em outro país.
Pedro Bresciani, sócio do Utumi Advogados, afirma que isso inclui custos de incorporação, manutenção da empresa, e eventuais licenças, que envolvem o trabalho de advogados e contadores, por exemplo. Além disso, será preciso escolher qual será o regime tributário no Brasil sobre os lucros obtidos no exterior.
“Ainda que a atuação no exterior seja de forma indireta, por meio de franqueados, representantes ou distribuidores, por exemplo, é preciso pensar em todos os fluxos financeiros envolvendo bens, serviços e licenças e os impactos tributários no Brasil e no exterior”, explica.
Para Vieira, a “dica de ouro” para quem quer “começar do jeito certo” é não tentar dar um “jeitinho brasileiro”. Ele afirma que o melhor caminho é estudar os mercados e as legislações envolvidas, sempre contando com apoio de profissionais especializados.
Assim, o esforço inicial pode trazer bons resultados. “Com a estrutura certa, o mesmo esforço que você faz no Brasil pode valer 4, 5 ou até 10 vezes mais fora”, estima Vieira.
Para ele, o empreendedor não precisa escolher entre um país ou outro, porque não há mais fronteiras. “Expandir o negócio é também expandir sua visão de mundo, sua liberdade e seu legado. Você não precisa escolher entre Brasil ou EUA. O jogo hoje é global — e quem entende isso antes, sai na frente”, afirma.
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